Fernando Pessoa - poemas
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Ricardo Reis 
Pesa o Decreto
 
Pesa o decreto atroz do fim certeiro. 
Pesa a sentença igual do juiz ignoto 
Em cada cerviz néscia. É entrudo e riem. 
Felizes, porque neles pensa e sente 
    A vida, que não eles! 

Se a ciência é vida, sábio é só o néscio. 
Quão pouca diferença a mente interna 
Do homem da dos brutos! Sus! Deixai 
    Brincar os moribundos! 

De rosas, inda que de falsas teçam 
Capelas veras. Breve e vão é o tempo 
Que lhes é dado, e por misericórdia 
    Breve nem vão sentido. 

 


 
 


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