Fernando Pessoa - poemas
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Alberto Caeiro
 
XXXVII - Como um Grande Borrão
 

 

     Como um grande borrão de fogo sujo 
     O sol posto demora-se nas nuvens que ficam. 
     Vem um silvo vago de longe na tarde muito calma.   
     Deve ser dum comboio longínquo. 

     Neste momento vem-me uma vaga saudade  
     E um vago desejo plácido 
     Que aparece e desaparece. 

     Também às vezes, à flor dos ribeiros,  
     Formam-se bolhas na água 
     Que nascem e se desmancham 
     E não têm sentido nenhum 
     Salvo serem bolhas de água 
     Que nascem e se desmancham.

 
 
 
  
 
 


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