Se às vezes digo que as flores sorriem
E se eu disser que os rios cantam,
Não é porque eu julgue que
há sorrisos nas flores
E cantos no correr dos rios...
É porque assim faço mais
sentir aos homens falsos
A existência verdadeiramente real
das flores e dos rios.
Porque escrevo para eles me lerem sacrifico-me
às vezes
À sua estupidez de sentidos...
Não concordo comigo mas absolvo-me,
Porque só sou essa cousa séria,
um intérprete da Natureza,
Porque há homens que não
percebem a sua linguagem,
Por ela não ser linguagem nenhuma. |