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Fernando Pessoa
Oscila o incensório antigo 
 
Oscila o incensório antigo 
Em fendas e ouro ornamental. 
Sem atenção, absorto sigo 
Os passos lentos do ritual. 

Mas são os braços invisíveis 
E são os cantos que não são 
E os incensórios de outros níveis 
Que vê e ouve o coração. 

Ah, sempre que o ritual acerta 
Seus passos e seus ritmos bem, 
O ritual que não há desperta 
E a alma é o que é, não o que tem. 

Oscila o incensório visto, 
Ouvidos cantos stão no ar, 
Mas o ritual a que eu assisto 
É um ritual de relembrar. 

No grande Templo antenatal,
Antes de vida e alma e Deus...
E o xadrês do chão ritual
É o que é hoje a terra e os céus...

   
 
   
 


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