Fernando Pessoa - poemas
www.mDaedalus.com
poemas
de
Pessoa
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
L
M
N
O
P
Q
R
S
T
U
V


Ricardo Reis


De Apolo

De Apolo o carro rodou pra fora Da vista. A poeira que levantara Ficou enchendo de leve névoa o horizonte; A flauta calma de Pã, descendo Seu tom agudo no ar pausado, Deu mais tristezas ao moribundo Dia suave. Cálida e loura, núbil e triste, Tu, mondadeira dos prados quentes, Ficas ouvindo, com os teus passos Mais arrastados, A flauta antiga do deus durando Com o ar que cresce pra vento leve, E sei que pensas na deusa clara Nada dos mares, E que vão ondas lá muito adentro Do que o teu seio sente cansado Enquanto a flauta sorrindo chora Palidamente.









Google
 
Webmdaedalus.com
página de Pessoa
página principal
com o apoio de:
www.travel-images.com
Fernando Pessoa - poemas
www.mDaedalus.com